“Sou
um artista. Não me exijam coerência”. Esta frase do cineasta baiano Glauber
Rocha pintada em camisetas, muros e ainda pronunciada nas redes sociais pelos
quatro cantos do país, nos remete a uma questão importante: Seria a Arte uma
incoerência?
Entendendo
o espírito revolucionário do Glauber, o status quo da época e a necessidade de
um pensar e agir diferenciados daquele que parecia dominar a nação nos ano 60,
a “incoerência” destes artistas (cineastas, poetas, escritores, pintores,
músicos) era bem procedente. Mas, meditando em “nossos tempos”, muita gente
entende o desabafo do cineasta como uma apologia à “incoerência de caráter”. Do
tipo “porque você é artista você pode tudo”. Não era disso que o Glauber
falava...
Fazendo
um gancho e trazendo isto em especial para a música e seus músicos, parece
senso comum a aceitação de que ambos possam ser tão divergentes entre si e tão aceitos pela sociedade. Explicando melhor: “o
músico pode tudo até mesmo ser incoerente com o que compõe e canta”. Verdade ou
mentira?
O
que dizer de pessoas que compõem canções de amor para a mulher, ganham muito dinheiro
com isto, no entanto, na sua prática, têm um comportamento agressivo com sua
companheira ou então vivem adulterando? E daqueles que falam da beleza da vida,
da alegria de viver e de sonhos e amizades, mas são prisioneiros das drogas? Entendeu
qual o foco aqui? Se a Música é expressão da alma, seja lá o que estiver
contido nesta alma, ela precisa ser “coerente” com seu autor. Concorda?
Bem,
em se tratando de Música Para Deus, entendemos aqui um padrão bem mais
excelente. Muito além das habilidades técnicas e da beleza poética.
Uma
vida que decide servir a Deus com sua música sabe que a Sua platéia tem ouvidos
afinadíssimos e caráter santo. Sabe (ou precisa saber) que o Alvo de suas
canções (compostas e/ou cantadas) tem um “musicômetro”. Uma espécie de
termômetro que sabe a medida da verdade cantada. Não seria por isto que Ele um
dia falou: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”?
(Mateus 15:8)
A
Música Para Deus pode até revelar a nossa pequenez e fraquezas. Mas nunca a
nossa “inverdade”. Pois o diapasão que afina o ouvido de Deus só emite duas
frequências: “Em espírito” e “em verdade”. O que passar disto é apenas música. Afinal,
Deus não procura músicos nem artistas, mas VERDADEIROS ADORADORES.
Entendendo
assim e fugindo do perigo de sair julgando os músicos (cantores, compositores,
instrumentistas, produtores), o Jornal Palavra de Vida decidiu criar uma seção aqui
no Taperoá em Destaque onde possa divulgar a Música Para Deus feita por gente
coerente conhecida nossa, quer seja gospel ou católica. Gente que sabemos tem
uma vida condizente com a música que faz.
Talvez,
por fim, e parafraseando o Glauber, todo músico cristão devesse dizer: “Sou um
cristão. Por favor, me exijam coerência!”.








