SITE EM CONSTRUÇÃO... SEJA UM COLUNISTA.

sábado, 6 de abril de 2013

Para Quem eu Canto



“Sou um artista. Não me exijam coerência”. Esta frase do cineasta baiano Glauber Rocha pintada em camisetas, muros e ainda pronunciada nas redes sociais pelos quatro cantos do país, nos remete a uma questão importante: Seria a Arte uma incoerência?

Entendendo o espírito revolucionário do Glauber, o status quo da época e a necessidade de um pensar e agir diferenciados daquele que parecia dominar a nação nos ano 60, a “incoerência” destes artistas (cineastas, poetas, escritores, pintores, músicos) era bem procedente. Mas, meditando em “nossos tempos”, muita gente entende o desabafo do cineasta como uma apologia à “incoerência de caráter”. Do tipo “porque você é artista você pode tudo”. Não era disso que o Glauber falava...

Fazendo um gancho e trazendo isto em especial para a música e seus músicos, parece senso comum a aceitação de que ambos possam ser tão divergentes entre si e tão  aceitos pela sociedade. Explicando melhor: “o músico pode tudo até mesmo ser incoerente com o que compõe e canta”. Verdade ou mentira?

O que dizer de pessoas que compõem canções de amor para a mulher, ganham muito dinheiro com isto, no entanto, na sua prática, têm um comportamento agressivo com sua companheira ou então vivem adulterando? E daqueles que falam da beleza da vida, da alegria de viver e de sonhos e amizades, mas são prisioneiros das drogas? Entendeu qual o foco aqui? Se a Música é expressão da alma, seja lá o que estiver contido nesta alma, ela precisa ser “coerente” com seu autor. Concorda?

Bem, em se tratando de Música Para Deus, entendemos aqui um padrão bem mais excelente. Muito além das habilidades técnicas e da beleza poética.

Uma vida que decide servir a Deus com sua música sabe que a Sua platéia tem ouvidos afinadíssimos e caráter santo. Sabe (ou precisa saber) que o Alvo de suas canções (compostas e/ou cantadas) tem um “musicômetro”. Uma espécie de termômetro que sabe a medida da verdade cantada. Não seria por isto que Ele um dia falou: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”? (Mateus 15:8)

A Música Para Deus pode até revelar a nossa pequenez e fraquezas. Mas nunca a nossa “inverdade”. Pois o diapasão que afina o ouvido de Deus só emite duas frequências: “Em espírito” e “em verdade”. O que passar disto é apenas música. Afinal, Deus não procura músicos nem artistas, mas VERDADEIROS ADORADORES.

Entendendo assim e fugindo do perigo de sair julgando os músicos (cantores, compositores, instrumentistas, produtores), o Jornal Palavra de Vida decidiu criar uma seção aqui no Taperoá em Destaque onde possa divulgar a Música Para Deus feita por gente coerente conhecida nossa, quer seja gospel ou católica. Gente que sabemos tem uma vida condizente com a música que faz.

Talvez, por fim, e parafraseando o Glauber, todo músico cristão devesse dizer: “Sou um cristão. Por favor, me exijam coerência!”.